Será que chegou a vez do slow fashion ser colocado em prática pela maioria?

Pela história da moda, as grandes reinvenções ocorreram no pós-guerra. Bom sei que não estamos vivendo em guerra, pois não estamos lutando por espaço, poder ou território, mas sem dúvida, sendo um reflexo do comportamento de nossa sociedade, a moda passará por uma grande transformação no pós pandemia Covid-19.
Para refletirmos o presente, vamos trazer alguns dados do passado.
Na primeira guerra mundial, cerca dos anos 1918 / 1920 as mulheres se transformaram. Com os maridos na guerra, precisavam cuidar da família e providenciar o sustento para seus filhos, foram à luta e ingressaram no mercado de trabalho. Passaram a usar calça comprida, as saias começaram a subir de comprimento e foi o início da onda feminista.
Chanel brilhou neste momento com a proposta de roupa prática, trouxe o tecido Jersey, antes usado em uniformes do exército, para a moda feminina e criou o Little Black Dress, aquele ‘pretinho básico’ que todas as mulheres têm no armário.
Ao final da segunda guerra mundial, as mulheres já estavam no mercado de trabalho e se viram cansadas dos afazeres domésticos e profissionais e passaram a valorizar a vaidade, a opulência e o exagero. Neste momento Dior apresenta o New Look e resgata a beleza e feminilidade com saias rodadas e cinturas marcadas.
No Brasil vemos que a força da indústria de moda é absurda, hoje há 8 milhões de pessoas trabalhando neste mercado direta e indiretamente e 75% são mulheres. O segmento é o segundo maior empregador da indústria de transformação perdendo apenas para alimentos e bebidas. É enorme e não podemos parar, haverá oportunidade pós calamidade, todos estão aprendendo o que é colaboração, trabalho em grupo e no pós crise quem se sobressai são os amantes do positivismo e da criatividade.
O tempo tem nos dado espaço para a reflexão e vemos quantas coisas temos que não são tão necessárias, a moda deverá ser consumida com propósito e causa. Os produtos desejados serão os mais duráveis, os tecidos sustentáveis, novos fios e uso devido de matéria-prima. Teremos coleções menores e desfiles virtuais, a tecnologia vestível estará mais presente como jaquetas que esquentam e bolsas que carregam celulares. O consumo será criterioso e consciente.
Chega o momento de praticar o conceito slow fashion, priorizando qualidade, bye-bye ao fast fashion e aos rankings de segunda indústria que mais polui no mundo e terceira que mais consome água. Pensemo nos canais de Veneza cristalinos, na diminuição de poluição e gás carbônico e em como poderemos cuidar do aquecimento global, juntos! Essa é a era da colaboração, da união e juntos teremos mais força.
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